As gotas de água provenientes das chuvas torrenciais da noite anterior luziam como cristais, pousadas na densa e verde vegetação.
A calma envolvia aquele local tal qual uma mãe um filho acabado de nascer.
Tudo ali era demasiado harmonioso e perfeito para ser real. Desde as enormes e estupendas árvores que entrelaçavam os ramos entre si, até aos musgos suaves e delicados que cobriam as rochas que se encontravam aqui e ali, mesmo o chão era de uma beleza divinal, composto de terra húmida e folhas que caiam das árvores, em tons de chocolate.
Mas o que mais sobressaia aos olhos naquele maravilhoso cenário era sem dúvida a pequena cascata, escondida a um canto, a «timidez» na intenção de passar despercebida não lhe valera de muito, pois o encantamento que a mesma provocava deslumbraria o ser mais despido de sentidos, a melancólica canção produzida pela água a cair na terra húmida superava largamente o limiar do sublime.
Ali nada fazia sentido.
Até as pessoas com um coração de gelo poderiam amar, se ali pudessem ter estado. Era um sítio frio, mas o calor e o amor que enchiam a alma de todos os que tivessem a sorte de fazer parte daquele cenário sobrenatural era superior á dor provocada no árduo caminho percorrido até lá chegar, a Vida era o caminho e ali estava o paraíso.