2 de julho de 2011

A perfeição em verde e chocolate ou Divino não é só o céu

As gotas de água provenientes das chuvas torrenciais da noite anterior luziam como cristais, pousadas na densa e verde vegetação.
A calma envolvia aquele local tal qual uma mãe um filho acabado de nascer.
Tudo ali era demasiado harmonioso e perfeito para ser real. Desde as enormes e estupendas árvores que entrelaçavam os ramos entre si, até aos musgos suaves e delicados que cobriam as rochas que se encontravam aqui e ali, mesmo o chão era de uma beleza divinal, composto de terra húmida e folhas que caiam das árvores, em tons de chocolate.
Mas o que mais sobressaia aos olhos naquele maravilhoso cenário era sem dúvida a pequena cascata, escondida a um canto, a «timidez» na intenção de passar despercebida não lhe valera de muito, pois o encantamento que a mesma provocava deslumbraria o ser mais despido de sentidos, a melancólica canção produzida pela água a cair na terra húmida superava largamente o limiar do sublime.
Ali nada fazia sentido.
Até as pessoas com um coração de gelo poderiam amar, se ali pudessem ter estado. Era um sítio frio, mas o calor e o amor que enchiam a alma de todos os que tivessem a sorte de fazer parte daquele cenário sobrenatural era superior á dor provocada no árduo caminho percorrido até lá chegar, a Vida era o caminho e ali estava o paraíso.



29 de junho de 2011

Sentido do nada

NADA é um conceito difícil de compreender. Ao nomearmos alguma coisa existe consciência de que essa “coisa” existe portanto nada tem de ser irremediavelmente alguma coisa. A necessidade de falar e de dar nome a algo só permanece se esse algo existir de facto. Não tenho a certeza de estar a expressara-me da melhor maneira, se estou a ser minimamente compreensível sequer. Quando falamos de alguém e dizemos que essa pessoa é um nada para nós estamos a falar de alguém em quem pensamos e que existiu nas nossas vidas para chegarmos a tal conclusão sendo assim o que podemos concluir é que o conceito NADA se aplica a algo que deixou de ser mas que já foi e existiu na sua totalidade para nós.
Deixo-vos esta reflexão na medida em que a ideia de “Quando morremos não existimos”, é incorrecta pois o nada aplica-se á ausência de uma existência concreta e não á sua inexistência e nada melhor que o NADA para definir a morte. Na minha perspectiva a morte pode então ser encarada como uma pausa na existência de alguma coisa, se a pausa é irreversível ou não já compete definir por cada um de nós conforme as suas crenças, posso contudo falar de uma verdade, teremos sempre lugar no mundo antes e depois da morte se fizermos por isso.

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo...” Fernando Pessoa

25 de maio de 2011

Vamos ser felizes



Não é nada de mais o que tenho para dizer hoje. Quase que mais valia não escrever nada mas cá estou eu. Não a escrever no papel com uma pena e tinta permanente como seria bonito de imaginar, nem um pouco como nos filmes de época que sabem tão bem ver quando está a chover lá fora e fantasiamos em como seria fantástico
usarmos aqueles vestidos de princesa. Sou só eu a escrever no meu computador portátil sentada na minha cama com lençóis cor-de-rosa.  E todo este blá blé blá para dizer “STOP wasting your time on people who don’t love you”. Fico surpreendida com a persistência inútil de algumas pessoas em relação a alguém. Vem com aquelas tretas do amor e não sei que mais mas por favor o amor constrói-se e não nasce da terra. Basta pensarmos por exemplo nos nossos amigos: alguns que conhecemos á anos com quem vivemos momentos inacreditáveis, pessoas absolutamente passadas da cabeça como eu, e como vocês talvez, eu digo que amo. Amigos absolutamente passados da cabeça como eu, pessoas fantásticas, que eu conheço á uns meses digo que gosto muito. E se a essas pessoas de quem gostamos muito e que também gostam muito de nós ainda não conseguimos dizer que amamos quanto mais a pessoas que vemos uma vez por dia, ou menos, com quem não temos conversas que passam dos 5 minutos podemos dizer que amamos. Não podemos, aliás eu não digo. E como última mensagem queria apenas dizer que somos jovens e não vamos perder tempo com pessoas que não nos dão atenção. Não vamos estar com pessoas que nos fazem mal. Vamos tentar ser felizes. Ser feliz vale a pena.

24 de maio de 2011

STAY TRUE

Todos os dias da tua vida alguém vai dizer-te que não és bom o suficiente. Todos os dias vão dizer que não devias ser assim. Todos os dias vão dizer que te devias calar.
E todos os dias deves ter forças para lutares e continuares. Podem tirar-te tudo, menos quem és.
Porque este texto é apenas mais um que entra no cliché de "Sê quem és" ou "Não ligues ao que os outros dizem". Por mais que não queiramos saber, importa sempre e importa porque sem os outros nós não somos nós. Eu não sou eu sem todas as pessoas que conheci, as de bem e as de mal. A opinião alheia deve importar, é impossível que não tenha significado. Os outros são a base de tudo o que ser eu envolve. Excluindo as contingências que viver em sociedade implica, que ser pessoa acarreta, devemos lutar para promover a nossa individualidade e ter as nossas ideias. Vão sempre dizer-nos que estamos mal vestidos, quer tenhamos umas calças de ganga rasgadas ou um vestido vermelho. Vão sempre dizer-nos que estamos errados quando afirmamos que "2+2=4" mesmo que seja cientificamente correcto, para alguns vais estar sempre mal.
Stay True.

25 de abril de 2011

No final serei mais eu

Tinha tudo uma magnitude impressionante, fantástica, poderosa e eu quieta, pequena, pálida seguia com o olhar cansado a poderosa força da mãe Natureza.
A terra e o mar uniam-se furiosamente. Tudo á minha volta desaparecia. Eu continuava ali, frágil mas resistente. O mundo podia acabar que eu continuaria ali. Quieta, movendo apenas os olhos grandes e assustados para não perder nada daquele horrendo teatro. Cabia-me o papel de espectadora atenta e fiel, e por nada eu mudaria a minha atitude. O palco podia cair. Se os actores continuassem em cena eu permaneceria ali. Cada pequeno pormenor seria indispensável para eu perceber alguma coisa, mesmo que tudo fosse incompreensível eu haveria de entender. Um dia mais tarde quando a peça tiver terminado eu serei a pessoa mais pievilegiada deste mundo (e do outro, se existir). Se conseguirmos aguentar qualquer coisa mantendo-nos fiéis a nós próprios então podemos dizer que somos nós e apenas nós mesmos, podemos também dizer que somos fortes e corajosos e justos mas não me parece tão importante tão indispensável como nós sermos nós mesmos.
Estou impacientemente á espera que a terra e o mar saiam de cena porque eu estou terrivelmente cansada de estar sentada na primeira fila da sala vazia.

28 de março de 2010

Uma camisa

Gosto de acreditar que sou diferente da maioria das pessoas, tenho gostos diferentes, ambições diferentes, manias diferentes. E não estou a dizer isto para respeitar algum tipo de esteriótipo imposto por algum tipo de pessoas que se acham dignas de criar conceitos errados e conceitos certos sobre a maioria das coisas que elas nem sequer conhecem. Enfim é um daqueles dias em que digo coisas da boca para fora sem me preocupar com a beleza do que estou aqui a escrever. Hoje escrevo retalhos, pequenos pedaços de recordações que me surgem de vez em quando, simplesmente porque me sinto uma camisa retalhada, sinto-me totalmente alterada, são rasgões emendados, botões perdidos que foram substituidos por um outro qualquer sem nenhuma preocupação. Como se realmente ao fim de tanta misturada alguém conseguise manter-se inalterado e semelhante. Como se uma camisa acabada de comprar estivesse no mesmo estado de uma usada quase todos os dias durante anos a fio. A camisa está menos vistosa, menois bonita menos nova mas quem a usou tanto tempo deve sentir cada vez mais pena de se livrar dela e talvez goste dela, um pouco mais do que das outras camisas, novas. Em todo o caso sentir-se uma camisa nova ou retalhada é realmente preocupante. E é assim que eu me sinto hoje, uma camisa de homem, florida e fora de moda, com o colarinho mal dobrado, botões diferentes, diferentes na cor, no feitio e no tamanho, e um rasgão enorme no lugar do coração.

27 de março de 2010

I hate to miss you, they awaken which is not to be remembered.