29 de junho de 2011

Sentido do nada

NADA é um conceito difícil de compreender. Ao nomearmos alguma coisa existe consciência de que essa “coisa” existe portanto nada tem de ser irremediavelmente alguma coisa. A necessidade de falar e de dar nome a algo só permanece se esse algo existir de facto. Não tenho a certeza de estar a expressara-me da melhor maneira, se estou a ser minimamente compreensível sequer. Quando falamos de alguém e dizemos que essa pessoa é um nada para nós estamos a falar de alguém em quem pensamos e que existiu nas nossas vidas para chegarmos a tal conclusão sendo assim o que podemos concluir é que o conceito NADA se aplica a algo que deixou de ser mas que já foi e existiu na sua totalidade para nós.
Deixo-vos esta reflexão na medida em que a ideia de “Quando morremos não existimos”, é incorrecta pois o nada aplica-se á ausência de uma existência concreta e não á sua inexistência e nada melhor que o NADA para definir a morte. Na minha perspectiva a morte pode então ser encarada como uma pausa na existência de alguma coisa, se a pausa é irreversível ou não já compete definir por cada um de nós conforme as suas crenças, posso contudo falar de uma verdade, teremos sempre lugar no mundo antes e depois da morte se fizermos por isso.

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo...” Fernando Pessoa

1 comentário: