28 de março de 2010

Uma camisa

Gosto de acreditar que sou diferente da maioria das pessoas, tenho gostos diferentes, ambições diferentes, manias diferentes. E não estou a dizer isto para respeitar algum tipo de esteriótipo imposto por algum tipo de pessoas que se acham dignas de criar conceitos errados e conceitos certos sobre a maioria das coisas que elas nem sequer conhecem. Enfim é um daqueles dias em que digo coisas da boca para fora sem me preocupar com a beleza do que estou aqui a escrever. Hoje escrevo retalhos, pequenos pedaços de recordações que me surgem de vez em quando, simplesmente porque me sinto uma camisa retalhada, sinto-me totalmente alterada, são rasgões emendados, botões perdidos que foram substituidos por um outro qualquer sem nenhuma preocupação. Como se realmente ao fim de tanta misturada alguém conseguise manter-se inalterado e semelhante. Como se uma camisa acabada de comprar estivesse no mesmo estado de uma usada quase todos os dias durante anos a fio. A camisa está menos vistosa, menois bonita menos nova mas quem a usou tanto tempo deve sentir cada vez mais pena de se livrar dela e talvez goste dela, um pouco mais do que das outras camisas, novas. Em todo o caso sentir-se uma camisa nova ou retalhada é realmente preocupante. E é assim que eu me sinto hoje, uma camisa de homem, florida e fora de moda, com o colarinho mal dobrado, botões diferentes, diferentes na cor, no feitio e no tamanho, e um rasgão enorme no lugar do coração.

3 comentários:

  1. gostei imenso. espero ver-te a escrever mais, para puder acompanhar o blog (:
    beijinho

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  2. És intensa, gostei.
    Não és diferente acredita ;)

    PS: Inspiras!

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  3. As meninas aqui de cima disseram tudo. <3

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